A área de arquitetura é muito diversificada. É um mercado amplo que integra diversas subáreas nas quais profissionais do ramo podem se especializar.
Mas a verdade é que se mesmo antes de ingressar nessa profissão muitos já tinham dúvida de que faculdade cursar e que vestibular prestar, vários anos depois de formado esta dúvida pode persistir.
Aquele sonho de construir estruturas magníficas e impressionantes que muitos alimentam nos bancos da faculdade pode, na verdade, não ser “a sua praia”.
Um exemplo claro disso é a história do arquiteto paisagista Burle Marx. Este que é considerado um dos mais talentosos paisagistas do mundo, sequer tinha graduação formal em arquitetura ou paisagismo.
Sim, isso mesmo: ele queria ser pintor e, ao mesmo tempo, adorava plantas. Frequentou ateliês de artistas renomados na Alemanha, durante a juventude, e estudou artes plásticas no Rio de Janeiro, quando entrou em contato com artistas e arquitetos de renome, como Cândido Portinari, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Foi só então, depois de ser convidado por Lúcio Costa para fazer o paisagismo de uma residência, que conseguiu reunir suas duas paixões em um ofício: a pintura e o estudo das plantas reunidas, se transformaram na sua maneira genial de fazer paisagismo: uma pintura com plantas.
Nesta postagem, além de detalhar melhor algumas áreas da arquitetura, para aqueles que estão começando a ter uma melhor perspectiva dos tipos de arquitetos.
Vamos apresentar também uma série de dicas práticas que serão úteis tanto para quem quer escolher sua área de atuação como para aqueles que pensam em mudar de ramo na arquitetura.
Quem é você de verdade? Qual tipo de arquiteto quer ser?
A mesma jornada introspectiva que fez Burle Marx é o caminho que você deve trilhar para descobrir seu maior talento, aquilo que mais gosta de fazer dentre os diversos tipos de arquitetura e que, além disso, tem possibilidade de lhe trazer o conforto material que deseja.
É como aquela famosa frase de Steve Jobs:
A única maneira de fazer um bom trabalho é amando o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se desespere. Assim como no amor, você saberá quando tiver encontrado
Para isso, vamos te apresentar a metodologia VRIO, especialmente desenvolvida para orientar pessoas que querem descobrir como empregar seu talento para criar um negócio. Você já ouviu falar?
Mas, antes de entrar nos detalhes desta técnica empresarial, vamos ter mais claro em nossa cabeça quais são os tipos de arquitetos.
Veja também nosso artigo sobre como driblar a falta de experiência.
Tipos de arquitetos: guia rápido de referências
Está claro que arquitetos podem desenvolver diversos tipos de projetos, até mesmo conduzir e fiscalizar, se necessário, uma obra do começo ao fim. E se o que realmente te atrai é essa visão macro, talvez, você se encaixe no que é conhecido como “arquiteto generalista”.
Arquitetura de Edificações
O profissional que projeta e constrói edificações de uma forma geral é o mais conhecido pelo público.
É o arquiteto responsável pela gestão de uma construção, o maestro que rege todas as etapas de uma obra para que elas saiam no ritmo certo. Ou seja, no tempo certo de cada etapa da obra.
O arquiteto também pode trabalhar somente com projetos de arquitetura. Alguns escritórios se especializam em produzir plantas em todas as fases do projeto necessárias para a construção como a planta de arquitetura, a planta de Prefeitura e do Projeto Executivo entre outras mais para entregá-las ao engenheiro, o construtor, ou mesmo outro colega que vá desenvolver esse papel de administrar e concluir a obra.
Não é muito comum encontrar profissionais que não estejam envolvidos diretamente com a construção em si, visto que financeiramente é muito mais vantajoso para os arquitetos participarem da obra como um todo, recebendo pelo trabalho da gestão da mesma do que se comparado somente ao custo da elaboração do projeto e as suas respectivas plantas.
Veja também: Arquitetura hospitalar – aprenda como projetar ambientes ergonômicos e seguros!
Arquiteto Urbanista
Para ser um arquiteto urbanista é necessário inicialmente cursar uma faculdade de arquitetura e urbanismo. Algumas faculdades não habilitam o profissional a trabalhar também em urbanismo o que pode ser um empecilho caso ele futuramente encontre um nicho onde queria se inserir no mercado.
O urbanista é um arquiteto de “grande escala”, ele deixa de trabalhar somente o lote que há dentro dele para se preocupar com o entorno e todo o contexto externo a ele, atuando no estudo e desenvolvimento de parques, condomínios, projetos de bairros e cidades.
Este profissional é um dos tipos de arquitetos que mais tem relação com o lado integrador da arquitetura, projetando não apenas casas e edifícios, mas mesmo cidades.
Ele vai pensar em como fazer um projeto urbanístico dar certo, compreendendo a construção e manutenção do espaço urbano e, para isso, sempre estará em contato com agentes públicos, órgãos de controle e do meio ambiente, entre outros.
É ele que vai pensar em novas vias, túneis, o plano diretor de uma cidade, sempre levando em consideração que o espaço público também é político e isso envolve as pessoas que ali habitam, além de diversos interesses econômicos delicados.
Um arquiteto que tinha uma utopia urbanista entre seus projetos tem sua história contada em um de nossos posts, inspire-se com essa jornada incrível de Frank Lloyd Wright.
Um dos principais trabalhos do urbanista é criar projetos que sejam acessíveis. Confira mais em nosso artigo sobre acessibilidade na arquitetura.
Arquitetura de Interiores
Uma das atribuições do arquiteto dentro da profissão da arquitetura é trabalhar com o design. A arquitetura de interiores e o design de interiores tem como diferenças algumas questões de atribuições técnicas delimitadas pelas entidades de classe sob as quais elas são regidas, no caso da Arquitetura: CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) x ABD (Associação brasileira de Designers de Interiores).
Os conselhos das duas áreas ainda estão em processo de definição das atribuições especificas de cada um.
O ponto alto da discussão está em estipular até onde um designer pode trabalhar na elaboração do projeto. A questão maior é em relação a parte estrutural da edificação.
De acordo com as atribuições profissionais da categoria somente o arquiteto tem como plena a função em realizar reformas e modificações estruturais em uma construção, além de poder realizar trabalhos externos como alteração ou revitalização de fachadas.
Existem cursos de formação tecnológica ou técnica de design de interiores, mas, no entanto, o mesmo não acontece com a arquitetura.
Somente um curso de graduação superior pode formar um arquiteto e dá-lo condições plenas de realizar seu trabalho sem correr o risco de ser processado por exercimento ilegal da profissão.
Não há como trabalhar com projetos e interiores sem ter conhecimento das ferramentas para produzir desenhos, bem como conhecer quais os desenhos são utilizados para essa finalidade.
Atualmente a grande maioria dos projetos de arquitetura de interiores é desenvolvida em programas de computador, sendo os mais conhecidos e utilizados são o AutoCAD e o SketchUP. Sem dúvida alguma o profissional também precisa ter uma boa base de desenho à mão livre e, principalmente, de desenho técnico em prancheta antes de iniciar nos programas de computadores.
Cursos livres ou complementares com esse foco são uma excelente alternativa para quem deseja focar nessa área.
Os cursos livres ou ainda os técnicos são um meio de orientação para aqueles que não sabem por onde começar antes de ingressar em faculdade ou uma pós-graduação com esse foco, por exemplo.
Hoje em dia existem muitos cursos que são oferecidos a quem deseja se especializar ou ingressar no mercado de design de interiores.
Arquiteto Luminotécnico
Um bom projeto arquitetônico sempre estará em sintonia com o planejamento luminotécnico. O arquiteto luminotécnico cuida da iluminação natural ou artificial, “desenhando” a luz de forma que ela valorize detalhes dos ambientes e da decoração, integrando espaços e despertando sensações.
O lighting design é uma técnica que garante desenhos incríveis utilizando a iluminação do ambiente. Confira nosso artigo e inspire-se.
Quer seguir nessa área? Confira esses posts sobre iluminação:
- Veja os tipos de luz e como fazer um bom projeto de iluminação de sala de estar
- Qual a iluminação ideal para quarto? Siga nosso guia e crie um ambiente super aconchegante!
Arquitetos Consultores
Responsável por informar e tirar dúvidas de clientes que buscam uma primeira avaliação de um projeto ou obra.
Ele poderá auxiliar desde a compra de um imóvel até detalhes técnicos de reformas. Algumas consultorias, inclusive, apresentam croquis para facilitar a compreensão e deixar mais profissional a apresentação do trabalho.
Arquiteto paisagista
É quem pensa e planeja espaços livres, sejam urbanos ou residenciais, que integram vegetação e jardins. É um especialista que pode realizar projetos em escalas macro, como para prefeituras e governos, ou em escalas micro, para casas ou escritórios.
Arquiteto de Restauro e Revitalização
Para amantes do Patrimônio Histórico este é o caminho a seguir. Este profissional é responsável pela conservação e manutenção de edifícios históricos das cidades, visando a preservação e valorização dessas edificações com importância significativa para o Brasil e sua população.
Foi no restauro de igrejas que se especializou o arquiteto Cláudio Maiolino, conciliando paixão, fé e trabalho.
Veja, agora, como usar uma metodologia que vai te mostrar o caminho para definir qual é a sua melhor opção, dentre os diversos tipos de arquitetos.
Use a metodologia VRIO e descubra o tipo de arquiteto que mais combina com você
Esta metodologia foi criada no âmbito dos planos de negócios corporativo para ajudar grandes empresas a descobrirem se seus novos projetos tinham viabilidade econômica e deveriam ser levados adiante.
Adaptamos este conceito para que você possa definir com exatidão a qual dos tipos de arquitetos se dedicar e, assim, ter mais possibilidade de se destacar em sua carreira.
VRIO é um acrônimo com o seguinte significado:
- Valioso
- Raro
- Imitação difícil
- Organizável
Com base em suas habilidades, preferências e aspirações como arquiteto, responda a estas 4 perguntas:
1 – Que valor eu posso gerar para o meu cliente?
Por exemplo: você é excelente em cálculos e adora usar a tecnologia em seus projetos, contando sempre com os melhores softwares para isso. Você está explorando esse potencial para gerar valor aos seus clientes?
Se este arquiteto se dedica a arquitetura de interiores, nesse caso de nosso exemplo, será que este seu talento não está mal direcionado? Talvez não seria melhor ele ser um arquiteto consultor?
2 – O que eu faço que é raro de se encontrar?
Quantos arquitetos você conhece? Aqueles que se destacam, geralmente, fazem algo que os outros não conseguem fazer, algo raro.
Um arquiteto que seja, ao mesmo tempo, excelente em cálculos e com um talento artístico profundo, capaz até de se dedicar às artes plásticas, é algo raro. E ele pode conjugar isso para criar obras como as de Calatrava, por exemplo.
Descobrir a sua habilidade rara é fundamental na hora de escolher que tipo de arquiteto quer ser.
3 – O que eu faço que é difícil de imitar?
É isso que muitos arquitetos que se dedicam ao empreendedorismo às vezes esquecem: você precisa ter um diferencial! Perceba que raro é diferente de difícil de imitar.
Um exemplo disso foi a criação da grife de luxo Michael Kors.
Seus idealizadores simplesmente reuniram pessoas com talentos raros, o estilista que lhe dá o nome, por exemplo, e imitaram a maneira de fazer marketing de marcas consolidadas no mercado, como Gucci, Givenchy, Prada e outras.
Portanto, se seus projetos são fáceis de imitar, pense em uma maneira de torná-los únicos e especiais, ou terá que conviver com cada vez mais concorrentes.
4 – O que eu faço é organizável?
Não adianta saber fazer algo valioso, raro e difícil de imitar se isso for impossível de organizar de uma forma que produza o que você deseja e ainda dê lucro.
Um exemplo famoso vem, novamente, de Calatrava. Para conseguir criar seus edifícios construídos a partir de peças estruturais únicas que conferem uma aparência orgânica, ele teve que criar uma fábrica de maquetes especiais na Suíça, só para que essas peças pudessem ser projetas e testadas.
Bom, é claro que ele tinha dinheiro para isso. Pense nisso antes de idealizar negócios ambiciosos demais, antes de ter massa crítica para isso.
Então, achou o seu VRIO, aquela característica Valiosa, Rara, Inimitável e que é possível de Organizar para transformar em uma empresa lucrativa? Com qual tipo de arquiteto ele se encaixa?
Se quer se inspirar em arquitetos que já estão estabelecidos no mercado, visite os Portfólios de arquitetos da Viva Decora e, aliás, caso ainda não tenha feito isso, inclua seu perfil lá e mostre seu trabalho para mais de 1,6 milhões de visitantes por mês, muitos deles interessados no tipo de arquiteto que você sempre quis ser.
Saber qual é o seu tipo de arquiteto é fundamental para a carreira, mas também é necessário saber como divulgar seu negócio.
Conheça o Ciclo do Encantamento, material especialmente desenvolvidos para arquitetos que querem conquistar mais clientes:
[disclaim]Este post foi escrito por Luciana Paixão, da A Arquiteta, um portal de cursos online para arquitetos, designers de interiores, técnicos de edificações e estudantes.[/disclaim]