Um dos arquitetos mais inventivos do Japão é, sem dúvidas, Kengo Kuma – comparado a compatriotas contemporâneos, como Shigeru Ban e Kazuyo Sejima. Ele é conhecido por criar projetos incríveis, que brincam com a geometria e a física. Acredita na importância de não deixar a arquitetura se impor sobre o meio, e sim interagir com o ele, além de valorizar a combinação de técnicas artesanais com materiais modernos, ou ecológicos, como o bambu.
Meus edifícios são sempre parte do lugar, parte da localização. Quero combinar edifícios no meio ambiente o melhor que puder. Harmonia é sempre o objetivo da minha prática
– Kengo Kuma, em reportagem de CNN.
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Como foi a trajetória profissional de Kengo Kuma
Kengo Kuma se formou em arquitetura pela Universidade de Tóquio, no ano de 1979. Esse seria o local onde, anos mais tarde, começaria a trabalhar como professor; assim como em diversas outras universidades:
Universidades onde Kengo Kuma lecionou:
- Universidade de Tóquio;
- Universidade de Columbia;
- Universidade de Illinois;
- Universidade de Keio.
Logo depois, Kengo Kuma trabalhou para os escritórios Nihon Sekkei e Toda Corporation. Em 1987, fundou o Spatial Design Studio e, em 1990, o Kengo Kuma & Associates.
Nos anos 2000, Kengo Kuma recebeu seu Ph.D em arquitetura pela Universidade de Keio. Também foi a década da abertura da filial de sua empresa em Paris, França e da publicação de algumas de suas várias obras literárias, as quais ele vinha produzindo desde 1986.
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Principais livros de Kengo Kuma (alguns em parceria com outros autores):
- Studies in Organic: Kuma & Associates;
- The Very Small Home: Japanese Ideas for Living Well in Limited Space;
- Daniel Ost: Floral Art and the Beauty of Impermanence;
- Ga Residential Masterpieces 19: Philip Johnson Glass House;
- Architecture Words 2: Anti-Object;
- Patterns and Layering, Japanese Space Culture, Nature and Architecture.
Ao longo de sua carreira, Kengo Kuma ganhou prêmios importantes, principalmente entre 90 e 2000.
Mais prestigiadas premiações recebidas por Kengo Kuma:
- O Prêmio JIA;
- O Prêmio JCD Design;
- O Prêmio de Incentivo da Ponte de Madeira de Yusuhara;
- O Prêmio Global de Arquitetura Sustentável;
- O International Spirit of Nature Wood Architecture Award;
- O Energy Performance + Architecturre Award;
- O melhor design global para o Chokkura Plaza and Shelter, no Japão.
Kengo Kuma: características de suas obras
A identidade do trabalho de Kengo Kuma está fortemente ligada à contemporaneidade. Suas obras combinam muito bem beleza com funcionalidade. Mas, seu traço mais marcante está na ligação às tradições construtivas japonesas, algo patente em toda sua obra.
Isso fica evidente, por exemplo, na preferência pelo uso de técnicas artesanais, como a sukyia, e materiais de origem local, como a madeira.
No passado de Kengo Kuma o que se via eram formas construtivas mais rígidas. Mas, hoje, já se percebe um pouco mais de organicidade artística. Todas as propostas arquitetônicas dele parecem melhorar e complementar os ambientes, em vez de dominá-los.
Percebe-se a preocupação quanto ao conforto físico e imaterial. As estruturas são bem integradas aos arredores imediatos e a luz natural é altamente valorizada.
Depois de certos eventos, como o tsunami de 2011, no Japão, Kengo Kuma se viu obrigado a questionar a relação dos elementos que apreciava – inclusive avaliando sua reintrodução. Ele percebeu melhor a força do aço e do concreto.
Também testou combinações estranhas desses materiais, principalmente pela questão do design. E ele ainda fez repetições inusitadas, com cabos ethernet coloridos, balões, blocos de plástico e telas de bambu.
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Obras de Kengo Kuma
O nome de Kengo Kuma tem reconhecimento internacional – e não é por menos. O profissional tem participado de projetos grandiosos e até mesmo audaciosos.
Um exemplo são os extensos trabalhos de intervenções e arquitetura efêmera, como o ‘Cidori’, no Castello Sforzesco, em Milão. E embora haja muitas obras suas na Europa, é o Japão que guarda o maior número delas.
Selecionamos algumas das mais emblemáticas:
Principais obras de Kengo Kuma:
- O centro cultural Japan House, em São Paulo, em parceria com a FGMF Arquitetos;
- O novo estádio Olímpico de Tóquio;
- O Museu Nezu;
- O Museu de Kanayama Castle Ruin;
- O Yusuhara Wooden Bridge Museum;
- O Prostho Museum Research Center;
- O Museu de Arte Suntory;
- O Museu Bato-machi de Hiroshige;
- O Centro de Informação Turística da Cultura de Asakusa;
- A Nagaoka City Hall Aore;
- O Toyoma Center for Performance Arts;
- O Aluminum Cloud Pavilion;
- A loja da Starbucks, em Fukuoka;
- O Observatório de Kirosan;
- A Lotus House;
- A Stone Roof;
- A Bamboo Wall House;
- A sede da Louis Vuitton no Japão.
O próprio Kengo Kuma traduz sua obra em uma frase emblemática:
O lugar é resultado da natureza e do tempo. Este é o aspecto mais importante. Eu acho que minha arquitetura é um tipo de quadro da natureza. Com isso, podemos experimentar a natureza de forma mais profunda e mais íntima. A transparência é uma característica da arquitetura japonesa. Eu tento usar materiais leves e naturais para obter um novo tipo de transparência
– Kengo Kuma, em reportagem da Revista Use Design.
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