Arquitetura High Tech: da estética tecnológica à influência na sustentabilidade

por Equipe Viva Decora
0 comentários

A arquitetura é encantadora, entre outros motivos, porque ajuda a mostrar a evolução da humanidade por meio de suas obras.

Por volta dos anos 70, o mundo já havia se recuperado economicamente dos impactos causados pela 2ª Guerra Mundial.

Enquanto os países da Europa e os EUA começavam sua expansão tecnológica, alguns arquitetos começaram a enxergam a necessidade de expressar esse momento em grandes edifícios.

A partir daí, surgiu a arquitetura high tech, que hoje é sinônimo de evolução e sustentabilidade.

Neste artigo, vamos mostrar o que foi o movimento, a influência do Archigram e seus principais arquitetos e obras. Acompanhe!

Leia mais sobre arquitetura e tecnologia:

O que é arquitetura High Tech?

O termo High Tech é a abreviatura de high technology. Essa corrente da arquitetura surgiu a partir dos anos 70 e consiste no uso de materiais de alta tecnologia para a construção de grandes obras.

Ela faz parte do modernismo tardio, que propôs algumas mudanças referentes ao que vinha sendo praticado até então na arquitetura moderna.

Esse movimento, que teve mais força na Inglaterra, EUA e França, traz uma visão otimista do capitalismo e da indústria, fazendo referência à tecnologia e importância da máquina.

Seu primeiro edifício foi o Centro Georges Pompidou, construído entre 1971 e 1977. Ele foi projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers, que junto com Norman Foster, são os principais nomes da arquitetura High Tech.

Arquitetura High Tech: Centro Georges Pompidou

Arquitetura High Tech: Centro Georges Pompidou

O que é o Archigram?

Quando falamos sobre arquitetura High Tech, é impossível não destacar o Archigram. Trata-se de um grupo de arquitetos que se reuniu na Inglaterra nos anos 70 para refletir sobre como as mudanças do mundo deviam estar presentes também na arquitetura.

O nome surgiu de uma revista homônima criada por eles e vem da junção das palavras architecture e telegram.

Para o grupo, era necessário levar para as obras o clima de progresso que o mundo vivia naquele período, com a expansão da economia, o surgimento da robótica, dos computadores e a proliferação dos aparelhos eletrodomésticos.

A revista mesclava projetos, desenhos técnicos, artísticos, fotografias e textos sobre arquitetura. Muitas das propostas criadas por eles estimularam a propagação da arquitetura High Tech pelo mundo.

O Archigram era formado pelos arquitetos Peter Cook, Ron Herron, Warren Chalk, Dennis Crompton, David Greene e Mike Webb.

Uma curiosidade é que, devido a complexidade e nível abstrato das ideias, nenhum projeto do grupo foi construído.

Veja também: Arquitetura Modular – O Que É e Por Que Usar Esse Modelo de Construção

Quais são as características da arquitetura High Tech?

Quando olhamos para algumas obras de arquitetura High Tech, é como tivéssemos a visão de raio X do Superman. É possível ver suas estruturas e até mesmo seus sistemas técnicos como os elétricos, hidráulicos, de climatização e circulação.

Outra característica dessa corrente é o uso de cores vivas e acabamentos metálicos (ferro, aço inox ou alumínio), que lembram muito a arquitetura industrial.

Uma curiosidade é que, apesar de passarem uma imagem moderna e tecnológica, muitas das primeiras obras High Tech não são tecnológicas.

Como assim?

Para entender melhor, basta lembrarmos que a tecnologia não ter a ver com a estética, e sim com as funcionalidades que os usuários do espaço podem ter.

Um exemplo simples são as casas automatizadas, que estão cada vez mais inteligentes, mas não necessariamente têm um arquitetura tecnológica.

Outro fato que devemos nos atentar é que quando as primeiras obras da arquitetura High Tech foram criadas, nos anos 70, a tecnologia ainda era limitada se comparada com o que temos hoje.

Podemos dizer, então, que o conceito de arquitetura High Tech nasceu como algo estético, que exigiu novas tecnologias na sua construção, mas que ainda não trazia modernidade para a vida dos usuários.

Conforto térmico e sustentabilidade

A arquitetura high tech evolui e hoje é sinônimo de avanço na forma como as pessoas interagem com os espaços.

A preocupação com a sustentabilidade tem crescido no mundo todo, o que fez com que alguns arquitetos passassem a sugerir soluções sustentáveis.

Um exemplo é a Academia de Ciências da Califórnia, de Renzo Piano, construída entre 2000 e 2008.

O arquiteto incluiu no projeto sistemas de aberturas de janelas e claraboias que são acionadas automaticamente para causar a entrada de luz solar e ventilação natural dos espaços.

Arquitetura High Tech: Academia de Ciências da Califórnia

Arquitetura High Tech: Academia de Ciências da Califórnia

Hoje a arquitetura high tech também é relacionada às cidades inteligentes.

Quais são os materiais utilizados na arquitetura high tech?

 

  • Vidro
  • Ferro
  • Aço Inox
  • Alumínio

Arquitetos mais importantes na arquitetura High Tech

 

Norman Foster

 

  • 30 st mary axe
Arquitetura High Tech: 30 st mary axe

Arquitetura High Tech: 30 st mary axe

  • Cúpula de Reichstag
Arquitetura High Tech: Cúpula de Reichstag

Arquitetura High Tech: Cúpula de Reichstag

  • Torre Hearst
Arquitetura High Tech: Torre Hearst

Arquitetura High Tech: Torre Hearst

  • Prefeitura de Londres
Arquitetura High Tech: Prefeitura de Londres

Arquitetura High Tech: Prefeitura de Londres

Renzo Piano

 

  • Shard London Bridge
Arquitetura High Tech: Shard London Bridge

Arquitetura High Tech: Shard London Bridge

  • Centro Cultural Tjibaou
Arquitetura High Tech: Centro cultural Tjibaou

Arquitetura High Tech: Centro Cultural Tjibaou

  • Astrup Fearnley Museum of Modern Art
Arquitetura High Tech: Astrup Fearnley Museum of Modern Art

Arquitetura High Tech: Astrup Fearnley Museum of Modern Art

  • Whitney Museum of American Art
Arquitetura High Tech: Whitney Museum of American Art

Arquitetura High Tech: Whitney Museum of American Art

Richard Rogers

 

  • Parc1 Tower
Arquitetura High Tech: Parc1 Tower

Arquitetura High Tech: Parc1 Tower

  • Lloyd’s Bank
  • Edifício Leadenhall
Arquitetura High Tech: Edifício Leadenhall

Arquitetura High Tech: Edifício Leadenhall

  • Edifício do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
Arquitetura High Tech: Edifício do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

Arquitetura High Tech: Edifício do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

Peter Cook

 

  • Escola Abediana de Arquitetura
Arquitetura High Tech: Escola Abediana de Arquitetura

Arquitetura High Tech: Escola Abediana de Arquitetura

  • Departamento de Direito e Administração Central
Arquitetura High Tech: Departamento de Direito e Administração Central

Arquitetura High Tech: Departamento de Direito e Administração Central

  • Galeria de arte pública Kunsthaus Graz
Arquitetura High Tech: Galeria de arte pública Kunsthaus Graz

Arquitetura High Tech: Galeria de arte pública Kunsthaus Graz

Nicholas Grimshaw

 

  • Museu do aço
Arquitetura High Tech: Museu do aço

Arquitetura High Tech: Museu do aço

  • Olderfleet
Arquitetura High Tech: Olderfleet

Arquitetura High Tech: Olderfleet

Will Alsop

 

  • Palaestra
Arquitetura High Tech: Palaestra

Arquitetura High Tech: Palaestra

  • Gao Yang
Arquitetura High Tech: Gao Yang

Arquitetura High Tech: Gao Yang

  • Edifício Chips
Arquitetura High Tech: Edifício Chips

Arquitetura High Tech: Edifício Chips

Arquitetura High Tech no Brasil

A arquitetura High Tech no Brasil é rara, quase inexistente. Porém existe um arquiteto brasileiro que se aproximou muito dessa corrente e criou obras institucionais marcantes. Trata-se de João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé.

Ele inventou um high-tech essencialmente brasileiro

– André Correa do Lago (diplomata e crítico de arquitetura)

O que aproxima seu trabalho das ideias de Norman Foster, Renzo Piano e outros arquitetos que citamos nesse texto é o interesse na potencialidade das tecnologias, as soluções técnico-construtivas coerentes e limpas e a busca pelo conforto térmico.

Seu interesse pela tecnologia aplicada à arquitetura era tanto que ele especializou-se na fabricação e no uso de pré-moldados. O arquiteto também desenvolveu processos de industrialização de argamassa armada.

Entre seus projetos de maior destaque está o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Ele privilegia o uso da luz solar e da ventilação naturais, evitando o uso do ar condicionado e diminuindo os riscos de infecção.

Arquitetura High Tech: Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek

Arquitetura High Tech: Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek

E aí, qual é a sua obra favorita no estilo High Tech? Compartilhe com a gente nos comentários!

Posts relacionados

Deixe um comentário