Você sabe como surgiu o drywall e como foi a evolução desse prático e versátil material de construção?
A origem do drywall está relacionada a dois grandes incêndios em cidades norte-americanas: o incêndio de Chicago, em 1871, e o incêndio em Nova York, em 1890.
Por utilizarem materiais altamente inflamáveis (madeira, principalmente), as construções eram extremamente vulneráveis ao fogo, o que levou à destruição e devastação de grandes áreas dessas cidades. No caso de Chicago, a área central foi reduzida a cinzas, matando pelo menos 300 pessoas e deixando mais de 100 mil desabrigados.
Esses acontecimentos trouxeram a necessidade urgente de se pensar em materiais de construção mais resistentes ao fogo e às intempéries. Além disso, era necessário reconstruir essas cidade com rapidez e eficiência.
É nesse contexto que surge o drywall, material que viria a revolucionar a construção civil por ser tratar de um sistema de construção a seco, que não utiliza (ou utiliza em quantidades mínimas) água.
Como surgiu o Drywall
O drywall teria sido originado em 1888 em Rochester, Kent, Reino Unido, porém foi patenteado em 1894 nos Estados Unidos, pelo empresário americano Augustine Sackett, que registrou as chamadas placas Sackett, formadas por 4 camadas de gesso molhado dentro de quatro folhas de papel, lã e camurça.
Inicialmente as folhas não apresentavam acabamento e eram vendidas como pequenas telhas à prova de fogo.
Posteriormente, no início do século XX, empresas passaram a comercializar as chamadas placas de gesso com bordas encapadas em papel acartonado, substituindo a camurça.
O material foi aperfeiçoado com a substituição do gesso molhado por gesso seco, ficando conhecido como “chapa drywall” ou “chapa parede seca”.
A nova chapa tinha boa resistência mecânica, pois reunia resistência à tração (proporcionada pelo cartão) e resistência à compressão (proporcionada pelo gesso). Com isso, era uma solução vantajosa para substituir a madeira e outros materiais até então largamente utilizados na construção civil norte-americana.
Dessa forma, pode-se dizer que os incêndios e todas as suas drásticas consequências alteraram os rumos do desenvolvimento urbano e da construção nos Estados Unidos, que passaram a usar novos materiais, como estruturas metálicas, tijolos e vedações internas com sistemas drywall.
Devido à rapidez de montagem, a chapa drywall foi amplamente utilizada na l Guerra Mundial e em pouco tempo conquistou espaço em países da Europa e de outros continentes.
Desde sua criação, o drywall se revelou uma solução arquitetônica muito prática e inteligente. Por ser um material industrializado que já vai pronto para a obra, o drywall permite uma construção muito mais limpa, pois não demanda a utilização de argamassa ou outro material.
Além da resistência ao fogo e praticidade de instalação, há diversas outras vantagens do drywall. Confira!
O drywall no Brasil
No Brasil, o drywall foi introduzido em 1970 por iniciativa do médico Roberto de Campos Guimarães, que fundou em Petrolina a primeira fábrica de chapas de gesso para drywall no país, dando origem ao emprego de sistemas drywall na construção brasileira, inicialmente apenas em paredes internas.
Entre alguns edifícios históricos que utilizaram o drywall pode-se destacar o conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado, construído em Guarulhos. O prédio foi projetado pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha, grandes nomes da arquitetura brasileira.
Apesar dos resultados satisfatórios, o uso do drywall no Brasil ainda era incipiente.
A partir da década de 90, a instalação de novas fábricas de chapas de gesso para drywall intensificaram a produção visando modernizar a construção civil brasileira, até então caracterizada pelo uso de métodos tradicionais, com baixa produtividade, elevados níveis de desperdício e reduzida valorização da mão-de-obra.
Apresentando-se como uma solução muito funcional e econômica, o drywall conquistou espaço no mercado brasileiro produzindo soluções arquitetônicas práticas e inteligentes em forros, paredes internas, pré-fabricados, revestimentos e divisórias para construções residenciais, comerciais e industriais.
Seu uso pode ser identificado em construções de pequeno, médio e grande porte, desde hospitais, supermercados, shopping centers, lojas de departamentos, hotéis, edifícios públicos, edifícios residenciais, conjuntos habitacionais e outros.
Porém, o drywall ainda é considerado um material subutilizado quando comparadas todas as possibilidades que o material apresenta. Muitos profissionais ainda não sabem o que é e como funciona o drywall.
Uma grande variedade de sistemas de drywall está disponível no mercado, desde os mais usuais – as chapas standard para ambientes secos (paredes, forros, revestimentos, shafts e mobiliários integrados) – passando pelas chapas resistentes à umidade (que contém em seu miolo elementos hidrofugantes, indicadas para áreas como cozinhas, banheiros e lavanderias) e as resistentes ao fogo (que contém em sua fórmula retardantes ao fogo, ideais para saídas de emergência, por exemplo).
Além disso, o mercado também disponibiliza chapas especiais, como chapas para proteção radiológica e para melhor desempenho acústico, por exemplo.
Por isso é importante que profissionais da área de arquitetura e construção civil estejam sempre atentos às novidades de possibilidades trazidas pela indústria, que podem potencializar e viabilizar boas soluções de projeto.
Evolução do drywall no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira do Drywall, a evolução do consumo da tecnologia drywall no Brasil passou de 10 milhões de metros quadrados em 2000 para 33 milhões de metros quadrados em 2010. Em 2013, o consumo chegou a 50 milhões de metros quadrados.
Ainda assim, esse número é baixo em relação ao cenário internacional, liderado por países como Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão.
O crescimento do sistema no Brasil tem sido vertiginoso e chegamos a crescer mais de 20% ao ano por vários anos consecutivos
afirma Omair Zorzi, gerente técnico da Knauf do Brasil, que hoje possui capacidade produtiva instalada de 130 milhões de m²/ano.
Resultado de uma evolução tecnológica que começou no passado, o drywall é hoje um sistema construtivo presente na vida de milhares de pessoas e que cada vez conquista mais o mercado como uma grande solução para o futuro em forros, paredes, divisórias e revestimentos.
Um material que vale a pena estudar e conhecer todas as suas possibilidades construtivas. Confira também 5 exemplos do que é possível fazer em projetos de casas com drywall e surpreenda-se!
[disclaim]Este texto foi escrito pela Knauf, referência mundial em sistemas de construção a seco.[/disclaim]