Eu sei que este não é o tema que mais faz brilhar os seus olhos, pois normalmente finanças de arquitetos não são prioridade até existir uma grande crise e você descobrir que pode ter sua empresa fechada nos próximos meses.
Então, se você não quer chegar a esse ponto e deseja antecipar qualquer problema financeiro no lado pessoal e profissional esse texto vai te ajudar bastante.
Pois vamos falar sobre o Lucro do seu negócio. Mais especificamente vamos falar sobre 3 erros que talvez estejam destruindo suas chances de ser verdadeiramente lucrativo e com as finanças organizadas.
Veja também nossas dicas de gestão administrativa e financeira para nunca mais passar sufoco.
1 – Não entender que você tem um negócio
Você tem um negócio e precisa ter consciência disso.
“Ah, mas eu trabalho sozinha(o), sou autônoma(o)…”
Não importa. Se você quer ganhar dinheiro de verdade e ser independente financeiramente, você precisa entender que você tem um negócio nas mãos. Que você, além de arquiteto ou designer de interiores, é empreendedor(a).
Ao perceber que você não é “somente” um arquiteto pessoa física, algumas coisas começam a acontecer…
- Você começa a se portar como um empresário. Isso vai demonstrar mais confiança a seus clientes.
- Você vai pensar como empresário. Ou seja, vai pensar em profissionalizar o negócio, a gestão por processos, o crescimento, o lucro, etc…
- Você vai separar as finanças pessoais das finanças do negócio.
Este último tópico é um erro grave que a maior parte dos profissionais de arquitetura e interiores comete, pois quando você mistura o seu dinheiro com o dinheiro do negócio, você prejudica ambas as partes.
Você como pessoa física não tem claro qual o seu salário – ou seja, não sabe o quanto pode gastar e nem o quanto deve poupar/investir.
E, por outro lado, o negócio não tem previsibilidade das despesas, pois a cada mês você, como sócio, retira um valor diferente.
Você pode estar se perguntando agora: “mas eu sou sozinho(a), não faz diferença eu receber um salário (pró-labore) ou não.
Faz sim.. e muita! Principalmente se você encara o que você faz como um negócio.
Como exemplo, a 4blue, minha empresa, tem uma reserva financeira de 12 meses (falaremos sobre isso no erro 2). Ou seja, se a nossa empresa parar de faturar hoje, conseguimos pagar toda nossa estrutura, nossos salários etc por mais 12 meses. Se a gente diminuir custos, dura ainda mais.
Quando você mistura o seu dinheiro com o dinheiro da empresa, esse cenário não existe mais, pois nem você enquanto pessoa física saberá sua reserva e muito menos a empresa.
Se você entendeu e concorda com o passo acima, passe a retirar um salário fixo por mês. Assim, todo dinheiro que entrar, será dinheiro do negócio.
E uma vez por mês você faz uma retirada de salário como se fosse um funcionário mesmo. Siga as boas práticas de planejamento de finanças para autônomos.
E faça reservas para seu negócio, pois é assim que empresas lucrativas trabalham. E se você tem uma empresa, você quer que ela seja lucrativa, certo?
Então você precisa aprender a fazer o controle financeiro do seu escritório de arquitetura e da sua vida pessoal.
2 – Não fazer reservas financeiras
Todo negócio tem altos e baixos. Todo negócio.
Quando estamos no alto, sempre temos a ilusão de que tudo permanecerá assim – e subindo. Até sabemos que as coisas podem mudar, mas na prática em nossos planos acreditamos que sempre iremos continuar crescendo.
O problema não é a crise de mercado, ou a queda dos clientes ou mesmo a concorrência. O problema acontece quando não estamos preparados para tudo isso.
E uma das formas de estar preparado é tendo reservas financeiras.
A conta é simples: o seu negócio deve ter reservado pelo menos 6 meses dos gastos fixos.
6 meses? Sim, 6 meses. Nesta conta deve estar incluído o seu salário (que falamos acima) e todos os outros gastos fixos que a empresa possua (aqueles que você não pode cortar em caso de contenção de despesas).
A ideia é simples… se tudo der errado, você terá 6 meses de dinheiro para repensar o negócio e tentar algo novo. Além disso, ao ter esta reserva financeira, você estará mais preparado para aproveitar oportunidades, afinal estará com dinheiro em caixa.
Aqui entra um detalhe interessante: quando você comete o erro 1 (não entendendo que tem um negócio), raramente o seu negócio terá uma reserva financeira. Na prática, você acaba gastando muito dinheiro com contas pessoais e o negócio em si sempre fica no zero a zero ou até negativo. Um erro leva ao outro.
E só pra reforçar: esta reserva é do negócio, ok? E não da pessoa física… você como pessoa física deve ter suas reservas financeiras também, mas a ideia aqui é que a empresa tenha sua própria reserva de caixa.
Então, a partir deste momento, além de tirar um salário fixo mensal, você vai deixar o lucro que o negócio está gerando dentro do próprio negócio. Se já houver uma certa quantia em reserva, não hesite em aplicar em fundos como CDB, por exemplo.
Se tiver interesse em evoluir nesse assunto temos um curso gratuito de gestão financeira para pequenas empresas. São 5 aulas que vão te ajudar a controlar o dinheiro do negócio de forma profissional – mas mantendo a simplicidade necessária.
Veja também como fechar projetos na crise e drible a falta de clientes.
3 – Não precificar corretamente os serviços
Imagine a seguinte conversa:
– Estou com sérios problemas financeiros…
– Sério? Você está com poucos clientes? Dificuldade para conseguir novos projetos?
– Pior que não. Estou trabalhando bastante e cheio de clientes.
Basicamente dois cenários são possíveis num caso como este acima:
- Você está gastando dinheiro demais (possivelmente porque comete o erro 1)
- O preço cobrado está errado.
Quando o preço cobrado por um prestador de serviços está errado, acaba que você trabalha e trabalha, mas não vê a cor do dinheiro. Justamente porque, apesar de uma boa quantia de clientes, você cobra menos do que deveria, logo, fatura menos do que justo.
Precificar não é uma atividade super simples, admito. E uma coisa que definitivamente não ajuda é seguir as tabelas padrão dos conselhos.
O correto é cobrar do projeto a partir das horas de trabalho. Não precisa cobrar por hora, mas o cálculo do projeto deve ser feito a partir das estimativas de horas de trabalho.
Justamente por não ser um assunto tão simples, convido você a baixar um e-book gratuito sobre Precificação para Arquitetos. Clica aqui pra baixar.
Neste e-book mostramos o passo a passo de como precificar corretamente seus serviços e parar de perder dinheiro.
Recapitulando os 3 erros que destroem a lucratividade de arquitetos
Os três erros (e soluções) que arquitetos geralmente cometem em suas finanças:
- Não entender que você tem um negócio: A partir de agora você entende que tem uma empresa e uma das ações imediatas é separar as finanças da empresa das finanças pessoais;
- Não fazer reservas financeiras: A partir de agora o dinheiro que sobra do negócio continua no negócio formando um “colchão” de segurança;
- Não precificar corretamente os serviços: Você vai baixar o e-book de precificação para arquitetos e vai rever seus preços cobrados para garantir que não esteja perdendo dinheiro.
Para finalizar, gostaria de lembrar o seguinte: nem sempre é o mais habilidoso arquiteto que vai se tornar referência e ser lucrativo.
Na realidade, quando falamos de negócios muitas vezes o maior player do mercado não é aquele com a maior qualidade.
Vide McDonald’s, para dar apenas um exemplo.
O grande player é aquele que tem um bom negócio. São diversas variáveis que vão determinar o seu sucesso.
Qualidade é uma delas. Uma boa gestão financeira também é essencial.
Assim como saber conquistar seus clientes e divulgar seu trabalho.
Quer saber mais? Então você precisa conhecer o Ciclo do Encantamento, material desenvolvido especialmente para arquitetos e designers que querem conquistar mais clientes. Confira:
[disclaim]Esse post foi escrito por Renan Kaminski, sócio da 4blue. A 4blue é uma empresa especialista em Gestão Financeira para pequenas empresas. Tratamos um assunto complexo (sim, eu sei) de forma simples, prática e sem chatice.[/disclaim]